Impacto da COVID 19 nas Actividades de Pesquisa e Produção de Hidrocarbonetos em Moçambique
Maputo, 05 de Junho de 2020 - A combinação dos efeitos da COVID-19 e da baixa repentina do preço de petróleo, levou algumas companhias, a operarem em Moçambique, a reverem os seus planos de negócio.
Efectivamente, a Eni Rovuma Basin (“ERB”) viu-se obrigada a interromper as actividades de perfuração e completação dos poços do projecto Coral Sul FLNG, que decorriam na Área 4 da Bacia do Rovuma, desde Setembro de 2019, devido a necessidade de rotação do pessoal. No entanto, a construção da plataforma flutuante Coral Sul, prossegue como previsto na Coreia do Sul, sendo que o início da primeira produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) continua programado para 2022. De acordo com o Plano de Desenvolvimento aprovado, prevê-se que esta plataforma venha a produzir 3,4 milhões de toneladas por ano (mtpa) de gás natural.
A Total, operadora da Área 1, anunciou cortes de cerca de 1/5 nas despesas de investimento e redução dos custos operacionais para 2020 a nível global, mantendo-se os investimentos e projectos prioritários, incluindo o projecto Golfinho/Atum (Mozambique LNG). Não obstante todas as dificuldades, mantém-se o ano de 2024 como o início da produção do Gás Natural Liquefeito, conforme acordado entre o Governo e as concessionárias da Área 1, com uma produção anual de 12.88 milhões de toneladas por ano (mtpa) de gás natural.
A Mozambique Rovuma Venture (MRV), líder do projecto Rovuma LNG, anunciou o adiamento da Decisão Final de Investimentos (FID) do projecto para uma data ainda não definida. Este adiamento, que prevê um investimento de cerca de 25 mil milhões de dólares norte-americanos e a produção de 15 milhões de toneladas por ano (mtpa) de gás natural, deve-se fundamentalmente a cortes nas despesas de capital em 30% e nas despesas operacionais em 15% das respectivas empresas-mãe. Apesar desta situação, as concessionárias continuam as suas actividades e prevê-se que a DFI seja tomada logo que a conjuntura do mercado alterar.
No Projecto de Produção de Gás Natural de Pande/Temane, liderado pela Sasol, cuja produção actual é decerca de 190 MGJ/a (incluindo o gás usado em operações), obrigou a tomada de medidas de precaução, de modo a proteger os trabalhadores. Com efeito, a Sasol interrompeu parte das suas actividades, mantendo a continuação das suas operações críticas, observando na íntegra as medidas de mitigação da COVID-19 decretadas pelo Governo.
O projecto de Produção de Petróleo Leve, igualmente liderado pela Sasol, suspendeu as actividades de perfuração, reparação e abandono de poços, devendo ser retomadas logo que a situação da pandemia tiver melhorado.
Em relação às áreas concessionadas no 5º Concurso Para Pesquisa e Produção de Petróleo, o programa de actividades e orçamentos das concessionárias continuam em consonância com os contratos rubricados, prevendo-se a abertura dos primeiros furos em 2021. No 5º concurso foram concessionadas as áreas A5-A, cujo operador é Eni, A5-B, Z5-C e Z5-D, cujo operador é a ExxonMobil e PT5-C, cujo operador é a Sasol.
Apesar das incertezas quanto ao impacto desta pandemia sobre as perspectivas de crescimento da economia do nosso país, a médio e longo prazos, espera-se que o seu efeito não afecte a programação dos projectos, quanto ao início e volumes de produção de Gás. Nos últimos 10-15 anos foram investidos mais de 10 biliões de dólares norte-americanos em actividades de pesquisa e desenvolvimento, nas Bacias de Moçambique e Rovuma.
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