PROJECTO GOLFINHO/ATUM: INÍCIO DA PRODUÇÃO DE GÁS EM 2024 AINDA É POSSIVEL

PROJECTO GOLFINHO/ATUM: INÍCIO DA PRODUÇÃO DE GÁS EM 2024 AINDA É POSSIVEL

Maputo, 28 de abril de 2021 – Esta afirmação foi feita hoje, no programa Café da Manhã da Rádio Moçambique, onde o Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Petróleos (INP), Carlos Zacarias, foi convidado a prestar informações sobre o impacto da suspensão das operações em Afungi, pela Total E&P Mozambique Área 1, Limitada “Total”, Concessionária e Operadora da Área 1 Offshore da Bacia do Rovuma.

Para o PCA Carlos Zacarias, não pode haver dúvidas de que haverá um ajustamento do cronograma de actividades logo que operações reiniciarem de modo a assegurar que a primeira produção ocorra ainda em 2024.  Pelo que, o Governo está a trabalhar, com o apoio dos seus parceiros, para sanar a situação de segurança, que emperra o avanço do projecto, uma vez que a retoma das actividades está condicionada à reposição da segurança em Afungi e nas áreas adjacentes ao local onde está a ser erguida a infraestrutura que vai compor o Projecto Golfinho/Atum.

Zacarias reiterou que os contratos suspensos preveem cláusulas que protegem os investimentos feitos pelas concessionárias da Área 1 da Bacia do Rovuma em caso de atrasos ligeiros, decorrentes de situações fora do controlo de qualquer uma das partes envolvidas no projecto. Contudo, se este atraso estender-se por um longo período poderá impactar no custo global do projecto, razão pela qual a Total invocou Força Maior para suspender as actividades que não possam ser realizadas neste período de insegurança e com isso reduzir os custos associados ao Projecto.  

No entanto, está a ser feito um trabalho de modo a apurar o real impacto das empresas abrangidas pela medida da Total, tendo sido “feitos contactos com a operadora da Área 1 de modo a garantir o pagamento de serviços prestados e sejam assegurados os deveres e obrigações de ambas as partes” informou Carlos Zacarias.  

Em relação a saída definitiva da Total, Zacarias reafirmou não ter havido qualquer notificação por parte da companhia para o efeito, e explicou que a evocação da Força Maior não foi em relação ao Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção.  

Sobre o financiamento, Carlos Zacarias referiu que o projecto é baseado em duas premissas, nomeadamente, o Financiamento e os Contratos de Compra e Venda, e a Total discutiu com os financiadores e os compradores de gás sobre as possíveis saídas “e todos acreditam haver espaço para ultrapassar esta situação”.

O Projecto de Gás Natural Liquefeito “Projecto LNG Golfinho/Atum (Mozambique LNG)”, está suspenso desde Março último devido aos ataques armados ao distrito de Palma. O Projecto prevê produzir 13,12 MTPA de gás natural recuperável, num período de 25 anos e gerar lucros directos na ordem dos USD 60.8 biliões dos quais cerca de USD 30.9 biliões para o Estado durante 25 anos. O investimento para o Projecto é de 20 biliões de USD, 16 dos quais provenientes de financiamento externo.

São parceiros da Área 1 a Total E&P Mozambique Area 1 Limitada, é operadora da Área 1, com 26,5% de interesse participativo, a ENH Rovuma Área Um, S.A. (15%), a Mitsui E&P Mozambique Area 1 Limited (20%), a ONGC Videsh Rovuma Limited (10%), a Beas Rovuma Energy Mozambique Limited (10%), a BPRL Ventures Mozambique B.V. (10%) e a PTTEP Mozambique Area 1 Limited (8.5%).